
Fazia tempo que vinha pedindo a Tony que procurasse o Vespertine, da Björk, pois estava com muita vontade de escutá-lo. Não sei o que acontece comigo quando eu penso ou falo neste disco. Tenho a impressão de que um vento gelado que vem de não sei de onde chega e me toca a face de maneira agradável e me remete para algum lugar gelado da terra. Poucas vezes senti tamanha sensação ao ouvir um disco inteiro, como esta que o Vespertine me traz. Pois bem, foi buscando esta sensação, esta necessidade que fiz aquele pedido a Tony. E escutar o Vespertine novamente reacendeu o meu desejo de retomar Björk. Nunca imaginei que gostaria tanto de ouví-la como hoje. E tudo começou com uma matéria na Bravo em 2007,mas que li em 2008 e que falava sobre o Volta. Foi quando me senti irresistivelmente atraído por sua música. Aquela agressividade que beira um carinho, mas que, vista do prisma real, é um tapa no rosto. Aquele hibridismo entre o gélido e o cálido. Aquilo é Björk. Tony não achou o Vespertine para mim. Mas o achei. E o conservo como um eco perdido dentro de mim. Um eco que gela minhas entranhas e me faz me conhecer melhor. Fica lá dentro, como um "hidden place" e volta e meia surge como uma "Aurora". É aquele sol frio que toca meus lábios e que me causa um prazer imenso de estar vivo. Vespertine prova que existe vida mesmo no mais inóspito dos lugares - um deserto gelado, por exemplo- e trago isso para minha vida. Existe algo bom por trás das agruras da vida.
Por isso,
Thank U, Björk.
Zé
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