segunda-feira, 12 de julho de 2010

Alta Tensão

Sou hipertenso diagnosticado há algum tempo, mais precisamente, 6 meses e sei o quanto foi difícil me admitir 'doente'. Por mais que a palavra 'doente' seja pesada por demais para descrever o que tenho, não existe outra. Tudo começa em 2008, quando o primeiro alerta surge e eu não dou a importância devida: continuo na rotina de ser alguém extremamente ansioso combinado ao (péssimo) hábito de colocar uma pitadinha a mais de sal nas refeições. Achava tudo normal, afinal de contas, eu me julgava jovem demais para desenvolver a hipertensão. 1 ano e meio se passou e, diante da exigência de exame médico para obter minha carteira de habilitação, me encontro num consultório qualquer com o resultado: "Infelizmente não posso lhe dar a aptidão total porque você é hipertenso. Consulte um cardiologista e traga um parecer dele. Sua pressão está altíssima, 16/11". Em choque procurei contemporizar, acreditando que isto tudo se devia a minha típica ansiedade. Entretanto, passados alguns minutos, acreditei estar diante da pior notícia do mundo, pois teria que a partir daquele momento começar a não 'sentir o gosto da comida'.
6 meses se passaram e aqui estou. Ser hipertenso, ainda que leve, ainda que em virtude de minha ansiedade, não é um fardo tão pesado de ser carregar como imaginava. Lógico, existem limitações, existem os remédios, os efeitos colaterais, as dúvidas. Reaprendi o significado de comer. Entendi que comida sem sal ou com pouco sal não é o fim e que tudo é questão de aprendizado. Chorei, acreditei que não viveria tão bem quanto antes (sim, poderia viver ignorando o fato de ter a doença, mas preferi dar uma chance a mim mesmo), mas queria viver e viver bem no futuro. Lamentar por ser tão jovem e já estar assim não é o melhor caminho. Foi duro, mas estou feliz. Familiares e meu-mais-querido Tony me ajudaram. E hoje, gostaria de desabafar sobre isto, sobre algo do qual eu sempre tive medo de ter/ser: doente crônico. Sinceramente, talvez chamem de exagero o fato de um rapaz de 24 anos que faz um relato sobre ser doente. Mas não há nada além disso. Também quis esconder e hoje me trato e me cuido para que o futuro seja muito melhor do que é hoje.
Pensem nisso! (seja lá quem leia este blog, acho que só Tony lê, rsrsrs)