domingo, 14 de novembro de 2010

Movimento do blog

Tentarei, na medida do possível, escrever algumas resenhas sobre discos que tenho ouvido recentemente.
E o primeiro será "Bicicletas, Bolos e Outras Alegrias", da Vanessa da Mata.

P.S.: Não sou crítico musical, entendo um pouquinho de teoria musical e talvez isto me ajude a tecer comentários técnicos, rsrsrsrs

You Can't Change The World, Boy!

Oh! Por que depois de conquistas sempre vêm as obrigações? Talvez seja porque nos dedicamos tanto a obter certos êxitos que todo movimento em prol daquilo nos gera uma dívida. E sim, ela precisa ser paga. Passada a euforia dos brindes, congratulações e pensamento anestesiado, chega a responsabilidade. Ela, tão falada, tão divulgada, me perturba enquanto virginiano que sou. Perfeccionista ao extremo, peco pela necessidade amplificada de me envolver em situações/coisas que me sejam próximas de ideais que cultivei com tanto carinho durante a minha, ainda curta, existência. Sensação de desempenhar uma tarefa adequadamente me agita, tornando os movimentos do mundo, algo extremamente exato e matemático. Isto não seria problema se trabalhasse em uma área diferente, mas não onde eu trabalho: lido com saúde, pessoas, desejos e limitações. Empreitada árdua, certamente, mas não menos prazerosa. Nada é exato. Nada do que faço ou ofereço como tratamento ou possiblidade é 100% certo. Equilibrar ânimos, histórias de vida e conceitos já formados sobre o meu ofício consome muita energia. Disso tudo já sei. Mas, como dizer isto a alguém que é perfeccionista e que pretende (humildemente) mudar a realidade, ainda que em parte , que lhe cerca? Internalizar conceitos e tranferí-los para minhas ações habituais é um desafio gigante, mas que estou disposto a tentar.
Não pretendo me pintar uma imagem de 'Madre Teresa de Calcutá', cuja a abnegação aos seus ideais é sobrenatural. Apenas relato como sou e desabafo. Estes dias me peguei falando: 'mas não posso fazer isto, é uma situação injusta, não é legal, isto não sou eu'. Daí respondo para mim: 'Faça o que estiver ao seu alcance, mude o que puder, mas não tente mudar o mundo INTEIRO sozinho, pois nunca conseguirá'.
Lido com pessoas e elas nunca são exatas. Quem me garante que o que acho injusto não seja justo para o outro. Não é possível descartar esta possibilidade. Entretanto, corromper-se, perder suas noções de justiça para si mesmo é que não se pode fazer, de maneira alguma. Diferença entre Justo/Injusto - Certo/Errado existem, sempre! O que eu não posso viver é uma situação constante de cruzar meus braços e não fazer nada, pois algo é injusto para mim. Devo tentar. Ainda que em vão. Não devo me corromper, mas 'I can't change the whole world alone'. Fazer ou tentar fazer a minha parte já é algo importante.
É só.