domingo, 9 de janeiro de 2011

É preciso escrever...

Último post: 14/11. Havia prometido mudanças no blog: iria escrever mais sobre música e divagar menos sobre sentimentos meus, coisas que me afligem ou qualquer tópico que se aproximasse disso. Tentei, mas não consegui. Talvez seja realmente um sinal de que este blog sirva mais para alívio de angústias do que para que os que o leiam se informem ou extraiam algum tipo de lição daqui. Este, o blog pipocamoderna2, é o meu terapeuta virtual. Num mundo onde tudo é mais virtual do que palpável, real, nada mais adequado e compatível que eu me insira desta maneira. Pode ser bobo, desinteressante alguém ler minhas palavras, mas, de antemão, não sou eu quem as escreve, possivelmente elas se escolhem, principalmente quando bate a angústia ou isolamento. Não escrevo para ninguém, apenas para mim. Reforços realizados, ideias bem centradas, dúvidas esclarecidas e devaneios justificados, vamos ao que interessa: momento confessional.
Há poucos dias do Natal de 2010, mais precisamente, desde o início de dezembro. Vivi uma espécie de "meltdown"(utilizando o termo em inglês, por não encontrar palavra que pudesse descrever o que vivi): tinha conquistado tudo o que poderia, mas ainda não me sentia feliz, muito pelo contrário, parecia que um buraco crescia em mim e arrastava tudo de bom que tentasse se aproximar. Meu riso não era espontâneo, minha alegria era vã e meus dias se arrastavam através de horas e horas de ansiedade por não sei o que. Vivi algo semelhante em 2008, mas nada tão intenso como o de agora. Incrivelmente , isto sempre ocorre em momentos de mudanças radicais ou conquistas há muito acalentadas.
Questionamento: "isso é apenas depressão, meu caro colega", alguém pode dizer. Diagnostico como falta de algo que sempre me deu conforto e apoio nas horas certas e incertas: minha relação com Deus. Percebo que sempre que conquisto algo ou que mudo, perco o foco da minha relação com Ele. Que fique claro, aqui não falo de religião, falo apenas do que acredito e do que sigo.
Cegamente, chorei, me odiei por ter feito certas escolhas, esqueci que o mundo ao redor me oferecia muito mais do que a minha limitada visão permitia. Foram momentos de desespero, angústia, dor. Precisei parar e observar. Reavaliei minha relação com Deus e percebi que estava muito, muito distante dEle. Este foi o momento mágico de tudo.
Hoje me sinto bem, me sinto limpo. Ainda ansioso, mas procurando sempre o lado positivo das coisas e lembrando sempre do nosso Salvador. Aproveitando sempre os bons momentos e focando na finitude dos maus. Sempre ajudado pelos anjos que Deus colocou na minha vida: Tony (meu amor), mãe, avó, Edivânia, Roberta e tantos outros que me ajudaram de uma maneira que nunca saberão.
I Keep on moving...always...